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"Cosmetofood" promete juventude e beleza

Publicado em 29/12/2008

Fabricantes de iogurtes, refrigerantes e outros alimentos atribuem supostas propriedades cosméticas aos produtos

A "cosmetofood" apareceu na Europa há 15 anos. Na França, por exemplo, há cerca de 30 produtos --bem menos do que na Ásia, onde se pode contar 2.500 (especialmente no Japão)--, afirma Béatrice de Reynal, presidente da agência de consultoria Nutrimarketing.

"É algo inerente à cultura asiática", completa Jean-Marc Lévy, diretor do setor de marketing da agência Jumpfrance.

Na França, um iogurte enriquecido com vitamina E, ômega 6 e antioxidantes que promete "uma pele mais saudável e bela", é um bom exemplo de "cosmetofood".

No Japão, há balas com colágeno que prometem "lábios mais cheios" e uma pele sem rugas. Há outros alimentos que, segundo os fabricantes, seriam capazes de branquear a pele.

No mercado europeu aparecem chocolates antioxidantes, refrigerantes destinados a frear o envelhecimento da pele ou sopas "cútis radiante".

Nos Estados Unidos, um fabricante propõe água engarrafada sustentando que seus efeitos permitem evitar as injeções de botox.

"90% da oferta de 'cosmetofood' carece de fundamento científico", afirma Béatrice, para quem há "muito de efeito placebo" em tudo isso.

Segundo estudo realizado pela associação francesa de consumidores UFC-Que Choisir, o citado iogurte enriquecido com vitaminas não tem efeitos significativos sobre a pele.

Olivier Andrault, da UFC-Que Choisir, explica que a "cosmetofood" não passa de um recurso publicitário. "As causas são financeiras, apesar de se adaptar perfeitamente às expectativas dos consumidores dos países ricos, nos quais a aparência pessoal é considerada primordial", diz o representante da associação.
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