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Cirurgia Plástica: Futilidade ou necessidade?

Por: CirurgiaPlastica.com.br | Publicado em 08/01/2009

Freqüentemente se ouve falar sobre pessoas que se submetem à Cirurgia Plástica como se tivessem algum tipo de patologia ou distúrbio mental. O limite entre a vaidade e a real necessidade de recorrer a procedimentos estéticos cirúrgicos, entretanto, é relativo. Não se pode negar que é impressionante o número de pessoas que se beneficia com eles. Casos pontuais em que a ética e a responsabilidade médica são deixadas de lado são apresentados ao público de forma generalizante, o que causa discriminação em relação à área e aos pacientes.

A Cirurgia Plástica tem por objetivo reconstituir uma parte do corpo humano por razões reparadoras ou estéticas. A primeira visa corrigir defeitos congênitos ou adquiridos. A segunda se relaciona à melhora de algum aspecto físico próprio que não agrada o paciente. Embora seja qualificada como futilidade por muitas pessoas, desde 1887, cirurgiões e pesquisadores reconhecem tanto os aspectos funcionais quanto psicológicos das cirurgias estéticas. Sim, funcionais! É comprovado que as alterações físicas realizadas na cirurgia correspondem a mudanças neurológicas.

A Neuropsicologia defende que os pensamentos têm respostas fisiológicas. Portanto, pacientes que, após se submeterem à cirurgia, se sentem mais bonitos e seguros e modificam o funcionamento de seu corpo. Para comprovar tal fenômeno, o pesquisador do Instituto de Psicologia da USP Walter Poltrinieri aplica um teste aos seus alunos. Ele pede para que, de olhos fechados, imaginem que tem um limão em uma das mãos e que o levem ao nariz para sentir seu cheiro. Então devem cortá-lo com uma faca imaginária e espremer algumas gotas. Segundo o pesquisador, 90% dos alunos salivam ao fim do teste.

O que acontece com o paciente após a cirurgia é parecido. Ele se gosta mais ao se olhar no espelho, causando uma liberação de endorfina, o hormônio da felicidade. Além de ocorrerem mudanças neuromusculares permanentes.
Mas, é evidente que a Cirurgia Plástica tem de ser entendida como um processo com diversas fases entre o desejo da pessoa de se sentir diferente até o momento em que ela decide se submeter ao processo. É aí que entra a responsabilidade e a ética do cirurgião. Por sua experiência profissional, ele sabe quem está apto ou não a realizar determinada cirurgia. Cabe a ele aconselhar o paciente sobre exageros ou a falta de necessidade do procedimento.

A vontade da realização de uma cirurgia estética está relacionada a diversos problemas psicológicos e ela pode ser uma solução para eles. Há incontáveis casos de pessoas que melhoraram o modo de se relacionar com familiares, amigos, colegas de trabalho e, principalmente, parceiros por causa da cirurgia. Elas lutam para deixar de sofrer por conta de que seu corpo desperta a atenção das outras pessoas negativamente. Ou simplesmente a própria atenção.
Assimetria, partes do corpo muito grandes, obesidade, entre outros problemas podem ser grandes inibidores de personalidade. É incrível como a cirurgia pode revelar aspectos psicológicos positivos de pessoas que antes os escondiam por terem a auto-estima muito baixa e não conseguirem sociabilizar-se.
A quantidade de cirurgias realizadas dia a dia é proporcional aos benefícios que ela traz. De acordo com o Datafolha, entre 2004 e 2006, o número de brasileiros que se submeteram à plástica saltou de 616 mil para 700 mil. Essa tal “febre da plástica” demonstra o quanto as pessoas se realizam ao melhorarem sua aparência, num mundo onde a beleza ultrapassa barreiras e abre portas. A velha hipocrisia de que ser bonito “por dentro” é o que importa não engana mais ninguém.

Artigo escrito por:Dr. Antonio Carlos Nascimento
Fonte:http://www.plasticamontenegro.com.br/artigos/cirurgia-plastica-necessidade-ou-futilidade.html
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