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Curvas perfeitas para o verão

Publicado em 23/10/2009

O clima tropical e a admiração pelo corpo escultural da mulher brasileira colocam o país no ranking dos que mais realizam cirurgias plásticas no mundo. Com a chegada do verão, os procedimentos estéticos são ainda mais procurados, E quem pensa que eles são indicados somente no inverno está muito enganado. Ainda que as pacientes escolham meses mais frios ou períodos de férias, épocas como setembro, outubro e novembro lotam as salas de espera tanto quanto julho, o mês mais frio do ano.

Fique esperta!

Em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha junto à SBCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - , em 2009, das cerca de 630 mil cirurgias realizadas por ano no Brasil, 73% são de caráter estético. Entre as mais procuradas estão a de aumento de mama (21%), lipoaspiração (20%) e abdômen (15%). Segundo o cirurgião plástico da USP e especialista em reconstrução mamária do Hospital das Clínicas Alexandre Mendonça Munhoz, cirurgias que possuem pós-operatório mais rápido são indicadas para os meses que antecedem a estação mais quente. "Prótese de mama e lipoescultura localizada podem ser realizadas até outubro. No caso da lipoaspiração, normalmente a mulher está apta para o verão sem complicações entre 60 e 90 dias. Já no caso de implantes mamários, o prazo é de 45 a 60 dias", diz.

O também cirurgião plástico da USP Alan Landecker aponta vantagens para a realização de intervenções cirúrgicas durante o inverno: "O clima mais ameno e frio garante uma recuperação mais rápida no pós-operatório. O inchaço é menor no inverno, quando o corpo retém menos líquido; os curativos ficam mais limpos, pois o corpo sua menos; a proteção do sol é mais fácil e, em geral, é mais confortável o clima frio no uso de cintas e sutiãs especiais - no caso de lipos e implantes de silicone. As cintas são indispensáveis e o desconforto causado pelo calor depende de cada paciente".

Fuja do sol!

No entanto, muitas mulheres buscam as clínicas a partir de setembro para ajudar no acerto do contorno corporal. Para quem deseja alinhar a silhueta nessa época, alguns cuidados, em especial com a exposição ao sol, são indispensáveis e devem ser seguidos à risca. O processo de cicatrização pode ser prejudicado caso a paciente se exponha ao sol intenso, causando aumento do edema (inchaço), eritema (vermelhão), dor, desconforto, manchas na pele e pigmentação de cicatrizes.

Entre esses procedimentos procurados nos dias quentes, ainda que o período de recuperação supere os primeiros 30 dias, já é possível tomar sol com moderação após um mês de pós-operatório. A principal recomendação é o uso do filtro solar. Em geral, é obrigatório FPS 50 ou maior para a proteção das áreas operadas e o processo deve ser repetido a cada duas horas, mesmo em regiões não expostas ao sol. Também deve ser realizada nos horários corretos - até às 10h e após às 16h.

Cicatrizes: Nos primeiros 30 dias de pós-operatório, a paciente não pode expor a área operada ao sol, pois pode haver vasodilatação. Nos meses seguintes, o uso do protetor solar é indispensável, pois pode haver pigmentação da cicatriz, o que prejudica o aspecto visual da operação.

Dica do especialista: "O escurecimento da cicatriz é causado porque o sol estimula o crescimento desordenado dos melanócitos. Além disso, poderá haver dor, aumento de volume ou mesmo distensão dos pontos da cirurgia", completa Alexandre Munhoz.

Equimoses: Também conhecidas como aquelas manchas roxas que ficam na pele, as equimoses aparecem quando o sangue extravasa entre as células. Caso isso aconteça, elas podem ser retiradas com laser. Contudo, não são todas as manchas que vão embora, algumas podem se tornar permanentes.

Dica do especialista: "Enquanto as equimoses estiverem presentes, a paciente é proibida de expor a pele ao sol. O ferro presente no sangue se fixa no hematoma e o sol faz com que ele se fixe no corpo como uma tatuagem", explica Alan Landecker.

Procedimentos não cirúrgicos

A vaidade aguçada da mulher no verão não se restringe apenas do pescoço para baixo. Procedimentos dermatológicos são muito procurados nos últimos meses do ano para quem deseja um belo rosto. De acordo com o estudo do Datafolha, apesar de menos frequentes (14% do total), eles são numerosos. Os mais realizados são os preenchimentos (92%) e toxina botulínica (91%), além de peeling (53%), laser (24%) e suspensão com fios (21%).

A doutora em dermatologia da USP Bertha M. Tamura aponta que essas intervenções, ainda que apresentem tempo de recuperação menor se comparado com as outras cirurgias plásticas, requerem cuidados especiais se realizadas nessa época. "Há diversos tratamentos que não são indicados nos dias quentes, como, por exemplo, aqueles que usam aparelhos de luz intensa pulsada ou que provoquem intensas descamações de pele ou hematomas severos", explica.

Segundo a dermatologista, peelings químicos agressivos (como o de cristal ou a microdermabrasão) devem ser planejados de modo que a paciente não se exponha ao sol durante o período de resguardo. "Esse tipo de exposição é terminantemente proibida no período de recuperação, que pode durar entre duas a quatro semanas. A nova pele é muito frágil e suscetível a danificações sérias. Ardência, vermelhidão e até bolhas podem aparecer no decorrer da cicatrização e, por isso, a pele necessita de proteção intensa", completa Bertha.

Certos tratamentos corporais para diminuir a presença de celulite, estrias e gordura localizada também necessitam de proteção solar. Para a celulite, por exemplo, tratamentos como intradermoterapia e subscisão não permitem que a paciente exiba a área ao sol. A subscisão deixa hematomas que levam de um a dois meses para desaparecerem. "Aconselho procedimentos realizados com aparelhos de ultrasom supermodernos, radiofrequência e infravermelho, que garantem resultados muito interessantes sem deixar manchas e sem necessidade de se resguardar", afirma a dermatologista.

Fonte: http://www.guiadasemana.com.br/Sao_Paulo/Mulher/Noticia/Curvas_perfeitas_para_o_verao.aspx?id=58088
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